quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Vendas das Construtoras indicam mercado aquecido

Na reta final de 2010, construtoras e incorporadoras tiraram vantagem da sazonalidade do setor para contrariar as previsões de mercado e mostrar que cumpriram as metas operacionais a que se propuseram. Mas, ainda que tenham afastado o receio de especialistas do setor, os números apresentados, salvo algumas exceções, ficaram bem próximos do ponto mais baixo das estimativas traçadas.

Na disputa do topo do setor com a líder PDG Realty, a Cyrela Brazil Realty é apontada com unanimidade por analistas como o principal destaque.

“A Cyrela é um caso à parte. Até o terceiro trimestre, (a empresa) se mostrou muito aquém das outras”, diz o analista Armando Halfeld, da Ativa. “A empresa vinha sofrendo muito, mas mostrou capacidade de lançar e vender”. A Cyrela acelerou as vendas nas duas últimas semanas do ano passado e conseguiu atingir o piso da meta para o ano, que era de R$ 6,2 bilhões a R$ 6,9 bilhões.

Diante do ceticismo do mercado quanto ao cumprimento da meta, a empresa divulgou uma parcial do ano e do quarto trimestre em 14 de dezembro passado, quando apresentou vendas de R$ 5,3 bilhões até a véspera. Os números indicam, portanto, que a Cyrela vendeu ao redor de R$ 900 milhões entre 14 e 31 de dezembro de 2010.

Para Halfeld, o fato de a Cyrela ter batido o guidance já é algo positivo. “Tradicionalmente, o quarto trimestre é mais forte e, para algumas é mais ainda, como a Cyrela”. Quanto a lançamentos, a construtora apurou R$ 7,6 bilhões no acumulado do ano passado, sendo R$ 4,5 bilhões apenas de outubro a dezembro. Com isso, o volume de lançamentos ficou perto do ponto máximo da estimativa da companhia, de R$ 6,9 bilhões a R$ 7,7 bilhões no ano. Para este ano, a Cyrela estima lançar entre R$ 8,3 bilhões e R$ 9,1 bilhões, e vender de R$ 7,6 bilhões a R$8,4 bilhões.

Apesar dos números robustos, o analista Eduardo Silveira, da Fator Corretora, observa que o segmento de baixa renda – representado pela Living – respondeu por apenas 28% dos lançamentos da Cyrela em 2010. “Precisamos entender qual a tendência de participação do segmento econômico no futuro”, afirma, acrescentando que “a Cyrela encontrou dificuldades para atuar no mercado de baixa renda por não ter tanta experiência neste segmento e sofreu compressão de custos e queda de margens”.

Embora a Cyrela tenha lançado mais em 2010, a PDG se manteve na liderança do setor em termos de vendas. Em todo o ano passado, a construtora e incorporadora – que adquiriu as operações da Agre em maio passado – vendeu R$ 6,5 bilhões. Já os lançamentos atingiram o ponto-médio da meta traçada para o ano, que era de R$ 6,5 bilhões a R$ 7,5 bilhões, ficando em R$ 7 bilhões. “Em linhas gerais, os números do setor foram positivos.

Todas as empresas bateram o guidance para o ano, afastando o receio de retração das vendas”, afirma Halfeld, da Ativa. Diante deste cenário, o analista acredita haver espaço para metas mais elevadas ao longo de 2011. “O cenário para este ano é de fortes lançamentos, até porque a demanda é alta”, acrescentou.

Com exceção da Brookfield Incorporações, que vendeu R$ 3,6 bilhões e lançou R$ 3 bilhões no ano passado, as demais companhias do setor que integram o Ibovespa – exceto a Gafisa que não divulga prévia operacional – lançaram mais do que venderam em 2010.
Essa tendência, na análise do JPMorgan, deve se manter este ano. “Os lançamentos devem crescer mais que as vendas contratadas nos próximos trimestres, enquanto os estoques permanecerão em níveis baixos, de menos de oito meses”.

RECORDES. Assim como a Cyrela, a MRV Engenharia registrou vendas contratadas bem próximas do piso da meta anual, que era de R$ 3,7 bilhões a R$ 4,3 bilhões. Em 2010, a empresa vendeu R$ 3,75 bilhões. Por outro lado, o resultado da comercialização de imóveis de outubro a dezembro foi o maior para um trimestre na história da companhia, somando R$ 1,1 bilhão. “A MRV conseguiu alcançar sólida velocidade de vendas de 32%, mantendo a companhia entre as de melhor desempenho do setor”, assinala o analista David Lawant, do Itaú Unibanco.

Já a Rossi Residencial registrou nível de velocidade de vendas recorde no quarto trimestre, em 28%, quase o dobro do visto um ano antes. As vendas contratadas de R$ 1,2 bilhão no último trimestre de 2010, representaram aumento de 40% sobre igual período do ano anterior.

Já no fechado do ano passado, as vendas da empresa somaram R$ 4 bilhões, montante 71% superior na comparação com 2009. Entre outubro e dezembro, a companhia contabilizou lançamentos de R$ 1,6 bilhão, alta de 53% ano a ano.

Já em todo o ano passado foram lançados R$ 4,8 bilhões, montante 74% maior em relação ao ano anterior.

Fonte: Jornal do Comércio

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