sábado, 13 de novembro de 2010

Crédito Imobiliário... Bom ou ruim?

A expansão do crédito precisa mesmo ser comemorada?

*Por Wilame Lima

Boa notícia ou sinal de alerta? A previsão de que o mercado tenha capacidade para investir até R$ 1 trilhão em crédito imobiliário nos próximos 10 anos parece ter animado a maioria dos investidores, construtores, imobiliárias e, especialmente, os compradores de imóveis. Mas pé no freio e bom senso são a receita para evitar a formação de uma bolha imobiliária no Brasil. O perigo existe, mas a notícia é mais otimista do que pessimista. Porém, será necessária a criação de mecanismos de controle ou de detecção, que possam prever uma possível bolha. Para tanto, será necessário o acompanhamento consistente dos preços das propriedades e a verificação de aumento ou de baixa nos valores.

A parte boa de tudo isto é que o crescimento no valor disponibilizado para crédito também indica um claro aumento na demanda por este tipo de produto e, por que não, aumento da renda disponível do brasileiro para investir no mercado imobiliário. De 2005 até hoje, o crédito imobiliário com recursos da poupança passou de quase R$ 5 bilhões para quase R$ 94 bilhões em janeiro de 2010 (Banco Central).

As projeções do Banco Central foram divulgadas em “ritmo de festa” para a imprensa, com números como 20% para a variação positiva do crédito em 2010 (com relação a 2009); e de 49% na relação esperada com o Produto Interno Bruto (PIB). A Caixa Econômica Federal, só entre os meses de janeiro e fevereiro, já concedeu mais de R$ 10 bilhões em empréstimos imobiliários e anunciou que vai superar a meta de R$ 50 bilhões definida para todo o ano.

Com o crescimento da renda e com o mercado trabalhando a todo vapor, é normal que o frenesi em torno do crédito – imobiliário ou não – aumente, ainda mais com a equiparação de desempenho dos bancos públicos e privados, com evolução de 23% nas carteiras de crédito. O fato é que o crescimento do crédito superou o do PIB nos 12 meses computados. Os créditos para a habitação representam 20,5% dos outros créditos destinados às pessoas físicas. O fato é que, crescendo ou não, tomar um empréstimo no Brasil ainda é uma operação cara, mesmo com os estímulos oferecidos para forçar o consumo.

Se podemos comemorar ou não, tudo depende do ponto de vista, mas não podemos esquecer que com o aumento da oferta e da demanda, outros fatores se agregam e devem ser analisados com cuidado. Auditoria, governança, transparência e até mesmo menos tolerância do Banco Central com as instituições financeiras nos darão a segurança de um crescimento monitorado. O certo é que veremos, por mais um ano, diversas notícias otimistas a respeito da alteração do consumo nas classes C, D e E. Seja no consumo de supérfluos ou na venda de apartamentos, aparentemente todos saímos ganhando até o momento.

 *Wilame Lima, coordenador da Marca CENTURY 21 no Brasil, é jornalista, formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Sergipe, e pós-graduando em Planejamento estratégico na Universidade Gama Filho

(fonte:Newsletter da Century 21 Brasil)

Encontre Lotes em Lagoa Santa 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagens Mais Visitadas