terça-feira, 23 de novembro de 2010

Classe C compra o imóvel de olho nos itens de lazer. Piscina é prioridade

Nova classe média tem optado pelos condomínios-clubes, que estão na faixa entre R$ 150 mil e R$ 200 mil


Eles não querem só mais um apartamento. Eles querem o imóvel, a piscina, o salão de festa, o espaço zen, a quadra esportiva, a varanda gourmet… Na hora de realizar o sonho da casa própria, a nova classe média baiana tem sido exigente e tem optado pelos condomínios-clubes, que possuem variados itens de lazer e estão na faixa entre R$ 150 mil e R$ 200 mil.

Segundo dados da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-BA), este ano já foram vendidas mais de 7 mil unidades habitacionais em Salvador, Lauro de Freitas e Feira de Santana. Do total de empreendimentos, mais de 64% variam de R$ 50 mil até R$ 150 mil, ou seja, são voltados para a classe C. “Cerca de 80% dos lançamentos, nesta faixa de preço, são condomínios-clubes”, revela Luciano Muricy, diretor da Ademi-BA.


Lazer

Quando escolheu seu novo apartamento no Cabula, Hilda Carvalho, cabeleireira e mãe de uma filha de 4 anos e de um garoto adolescente, levou em consideração a localização, a estrutura de lazer e a segurança. “Até cinema tem dentro do condomínio. Meu filho pode levar os amigos e fico mais despreocupada”, diz. A consumidora acrescenta que o empreendimento consegue unir características que atendem os dois filhos de idades diferentes.


Hilda Cardoso comprou apartamento em um condomínio-clube no bairro do Cabula

Para Vicente Mattos, sócio-diretor da construtora Concreta, esses empreendimentos estão sendo bem aceitos na Bahia e reúnem itens clássicos, como piscina, salão de festas, quadras de esportes, e itens mais sofisticados, a exemplo de cinema, quadras de squash e academia. O Máximo Club Residence, no Cabula, é um deles. O empreendimento, que tem um preço médio de R$ 210 mil, oferece uma estrutura com play dog (espaço para cachorros brincarem), pista de skate e até espaço cultural para leitura e arte.

Se o futuro morador acha que vai pagar mais para ter acesso a tantas opções de lazer, Manuel Gomes, gerente executivo da imobiliária Lopes, assegura que não. Gomes informa que esses apartamentos variam de R$ 150 mil a R$ 200 mil em Salvador. Mas, em Lauro de Freitas, onde o preço do terreno é mais baixo que na capital baiana, é possível encontrar um por até R$ 130 mil. “Quanto maior for a área, o valor do metro quadrado vai ser menor. O que determina o preço ainda é a localização e o padrão do imóvel”, orienta.

Quando questionado sobre quais são as exigências dos clientes dessa nova classe média, Gomes não tem dúvida: é a piscina. “Os itens de convivência são muito valorizados. O cliente pergunta logo sobre a piscina, a churrasqueira e a quadra de futebol”. Mesmo sem estar entre os três equipamentos prioritários para a nova classe média, a academia e a estrutura dos salões de festas também são questionados pela clientela.


Família

Para atender a diferentes faixas etárias dentro de um condomínio, as empresas estão até lançando quatro salões de festas. Daniel Costa, diretor de incorporações da construtora Petram, afirma que a ideia é agradar a todos os públicos dentro das famílias. “Tem salão de festas infantil, tem outro juvenil, com uma boate, tem o voltado para os adultos e tem o multi-age, que abarca todas as idades”, conta.

Mas, o comprador deve ficar atento à entrega desses equipamentos, que devem estar prontos e decorados. Esta é a ressalva que faz Ricardo Telles, diretor no Nordeste da construtora Agre. Segundo ele, o novo morador não deve arcar com despesas de implantação dos itens de lazer prometidos pela construtora na fase de lançamento.

De acordo com Telles, os condomínios-clubes são mesmo uma tendência. Não é por acaso que quase metade dos lançamentos da Agre está vinculada a esse segmento. “Esta demanda vem sendo atendida desde 2008, quando lançamos o Colina de Piatã”.


Taxa de condomínio pode subir

O número de equipamentos de lazer pode aumentar em até 10% o valor do condomínio. O segredo para fugir do acréscimo, segundo Vicente Mattos, sócio da construtora Concreta, é ficar atento ao número de unidades do empreendimento. “Tem que ter mais de 300 unidades”.

Este gasto extra é relativizado por Mattos, já que esses moradores economizarão nas despesas com lazer que ocorriam fora de casa. Porém, Luiz Alberto Santos, gerente regional da empresa de gestão de condomínios Apsa-Bahia, alerta que o morador reflita se os itens serão mesmo utilizados. “Estes itens valorizam o patrimônio. Tem que pensar também na relação custo-benefício. Quanto ele iria gastar para ir em um cinema que agora está no seu prédio?”.

Para evitar surpresas, é possível antes da compra ter uma previsão do custo do condomínio, já que as construtoras contratam uma consultoria para avaliar e estimar a taxa.


Fonte: Correio 24 Horas - Hélio Korehisa


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