segunda-feira, 14 de março de 2011

Análise: endividado, Japão terá dificuldade para reconstrução

O forte terremoto que atingiu o Japão é o assunto do dia nos principais sites financeiros. A catástrofe provocou um tsunami de dez metros de altura que, por sua vez, gerou fortes ondas no Havaí e pode chegar, de forma menos intensa, à costa oeste do Continente Americano.

O site do “Wall Street Journal“, em um texto analítico, destaca que a já combalida economia japonesa, mas que ainda é a terceira maior do mundo, terá dificuldade para se recuperar.

Normalmente, a reconstrução das áreas afetadas após uma catástrofe acaba gerando empregos e reativando a economia, mas a análise frisa que a dívida do Japão já está alta demais (duas vezes maiores que o Produto Interno Bruto). Em janeiro, a agência Standard & Poor’s reduziu a nota sobre o risco da dívida soberana japonesa. Surgem dúvidas sobre como o país fará para obter os recursos para se recuperar do desastre.

O Japão reserva todo ano uma parte do seu orçamento para esse tipo de desastre, informa o “Journal”. Os recursos reservados para o ano fiscal que termina em 31 de março, somam US$ 2,4 bilhões, mas, ainda de acordo com o jornal norte-americano, autoridades japoneses disseram que precisarão de um orçamento extra.

Títulos do Japão

O leitor do Radar Econômico Esdras Junior chama atenção para uma análise de Paul Krugman, Nobel de Economia, sobre os títulos públicos japoneses, publicada em agosto do ano passado. Na ocasião, existia a especulação de que o país estaria perdendo a confiança dos investidores. Krugman olhou para os dados mercado e notou que, naquele momento, o retorno dos títulos públicos de dez anos do Japão caiu de 1,4% para menos de 1% ao ano.

O site da U.S. Geological Survey, uma entidade do governo norte-americano, calculou que há 40% de probabilidade de que essa catástrofe gere perdas econômicas entre US$ 1 bilhão e US$ 10 bilhões. Os números, um tanto vagos, mostram que está cedo para saber, afinal, qual será a dificuldade do Japão e das empresas estrangeiras atingidas.

Europa

O site britânico “Financial Times” observa que as bolsas de valores da Europa também caem por causa do terremoto japonês. Ações de empresas europeias do setor seguros caíam 2,7% por volta das 8h30 (de Brasília), provocando uma queda de 0,9% no índice FTSEurofirst 300, que reúne ações de países da Europa.

AÇÕES DE SEGURADORAS
Aegon: -2,76%
Allianz : -3% 
Axa: -2,15%
Hannover Re : - 6,44%
Scor SE : -7,66%
Swiss Re: -5,88%

(Às 11h20) 

As ações da resseguradoraMunich Re caíam 4,65% por volta das 11h (de Brasília). Justamente ontem, a empresa afirmara que só alcançaria o lucro previsto de 2,4 bilhões de euros no ano se eventuais gastos ficassem abaixo da expectativa. No entanto, o terremoto de Tóquio hoje foi o pior nos últimos 140 anos.

Impacto limitado

A forte queda das ações da seguradoras e resseguradoras não é o fim do mundo para as multinacionais do setor. Uma outra análise do “Wall Street Journal” afirma que o impactoserá limitado porque o terremoto e o tsunami não afetaram regiões fundamentais para a economia japonesa.

A Bolsa de Tóquio caiu 1,7% e afetou também as ações em outros países asiáticos, como informou a Agência Estado.

Fonte:Sílvio Guedes

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